Na realidade precisamos enfatizar a importância da manutenção predial desde a concepção do projeto, passando pela construção e operação do edifício, conscientizando engenheiros e arquitetos acerca do tema, chamando-os a atenção para o fato de que, o edifício pronto, não significa o fim das atividades para estes profissionais e sim, que uma série de serviços de manutenção nesses edifícios devem ser iniciados e monitorados, visando atender as necessidades dos usuários com o menor custo possível sem a perda de desempenho, bem como adquirir através da gestão do sistema de manutenção, uma importante ferramenta de retroalimentação e evolução dos projetos.
Com relação as questões econômicas, a manutenção predial é uma atividade que envolve grande quantidade de recursos físicos e financeiros. Segundo os especialistas, nos países desenvolvidos, no caso de edifícios, o valor em cada ano pode atingir 2% do valor total dos prédios.
No Brasil, a estimativa é que este valor pode ser bem maior devido ao baixo controle de qualidade dos produtos e serviços aplicados e executados durante a obra, somando-se a isso o fato de não serem registrados dados específicos sobre atividades de manutenção, mas apenas dados gerais da produção da indústria da construção. Ainda segundo esses estudiosos, diversos autores relacionam percentuais que podem atingir a ordem de 3,4% ao ano, para edifícios residenciais, educacionais e hospitalares, utilizando dados provenientes tanto de simulações, quanto de medições de campo e estimou-se que as atividades de manutenção do estoque de habitações podem atingir cerca de 2,6% do PIB brasileiro.
Evidentemente que estes dados não são suficientes para que se tirem conclusões definitivas, mas fica claro que a estimativa de uma participação da ordem de 2,6% no PIB, sinaliza que a manutenção de edifícios é um assunto de grande importância econômica para a nação.
Quanto as questões sociais, deixar as atividades de manutenção de edifícios para um segundo plano significa expor nossas mazelas sociais, tendo em vista que as edificações são o suporte físico para a realização direta ou indireta de todas as atividades produtivas, e possuem, portando, um valor social fundamental. Deve-se ficar claro que um edifício não deve ter qualidade superior ao necessário para atendimento da demanda para que não se pague pela obra um custo indevido. Isto seria ir contra os princípios da racionalização pregados pela engenharia. O edifício sim deve ter a durabilidade necessária para que o empreendimento seja bem-sucedido e adequado ao público (classe social) a que se destina.